quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Os gringos tem a Terra Média e nós temos MEIGAN


Eu quis que este livro desse início à maratona de resenhas que pretendo postar neste blogger periodicamente porque o considero mais do que especial. E não é só pelo fato de ele ter sido escrito por duas paraenses. CONTOS DE MEIGAN é, de longe, um dos melhores livros que já li.
Fica bastante claro, ao longo da leitura, a paixão das autoras (isso mesmo são duas!) por autores consagrados como TOLKIEN ou mesmo GEORGE RR MARTIN. Meigan é um mundo paralelo ao nome, onde vivem pessoas e seres fantásticos. A capital Katur é invadida por Cártagos logo no início do livro, mesma ocasião em quem Maya – a protagonista do livro – escolhe para voltar para sua casa e se acertar com sua mãe, depois de anos vivendo longe, na terra.
O reecontro não ocorre, porque Lisa – a mãe de Maya – morre assim que a filha chega até ela. Fica para Maya a difícil decisão de assumir o posto de Shyrat, a soberana de Meigan, que governa o lugar. A jovem nunca quis o cargo e por isso mesmo, sua primeira decisão é abdicar dele. Mas é convencida a pensar um pouco mais depois de uma reunião do conselho.
Às voltas com ataques de imaturidade, Maya parte para a Floresta dos Condenados na vã tentativa de encontrar o Cártago que matara sua mãe e se vingar, mas sua inexperiência só a põe em situações ainda mais perigosas. Lá, ela se aproxima do guardião Seth, com quem tem uma relação conturbada o livro inteiro. No mesmo lugar, entra Keyth, um dos personagens mais adoráveis com quem já tive a honra de conviver durante uma leitura. Keyth é um Sábio e, segundo ele, está sendo caçado pelos Cártagos por um motivo que só é revelado quase no fim do livro.
Os três acabam formando um grupo e tanto quando tentam voltar para Katur. Torci desde o início para que tudo desse certo e Maya finalmente aceitasse suceder sua mãe. Mas as coisas caminham a passos lentos em Meigan.
Ainda perdida na vida, Maya perambula sem destino por Meigan e acaba conhecendo uma senhora encantadora, porém muito pobre, que lhe dá abrigo e proteção. É através dela que a garota descobre o quão pode fazer para melhorar a vida do povo mais carente, quando aceitar o cargo de Shyrat. E lá também que ela entrega a adaga que pertenceu a seu pai, a um homem que iria tomar a casa de sua protetora pelo não pagamento dos impostos. Mais tarde, Maya se arrependerá muito disso.
O que mais me impressionou nesse livro foi saber que ele foi de fato escrito por quatro mãos. As autoras Roberta Spindler e Oriana Comessanha têm realmente um dom muito especial. Não paro de imaginar como elas fazem para dar continuidade aos parágrafos ou mesmo às ideias que vão surgindo no decorrer da trama. Trama esta que foi cuidadosamente tecida e amarrada nos mínimos detalhes.
Levei aproximadamente um mês para ler este livro, mas só foi por causa do meu trabalho. Do contrário, um fim de semana bastaria para viajar por MEIGAN e conhecer todos os seus personagens.
As cenas de ação fazem com que a história passe por nossa cabeça ao mesmo tempo em que a leitura prossegue.
Um comentário pessoal (sem spoilers): acho que teremos um caso amoroso bem incomum no próximo livro. As autoras são sinais de que algo pode acontecer (hehe).
Outro ponto, desta vez negativo, mas que diz respeito à editora Dracaena. O livro tem muitas falhas na revisão. Em várias páginas faltam pontos, vírgulas e algumas palavras que poderiam dar sentido às frases. Mas isso não diminui em nada a leitura.
CONTOS DE MEIGAN é o primeiro volume de uma trilogia que promete esquentar o mercado editorial brasileiro. Se dependesse de mim, o livro já estaria sendo disputado por editoras internacionais e até mesmo por alguma produtora de Hollywood. Já pensaram num livrão desses transformado num filme de três horas e meia? Era pouco para a sua grandiosidade.
Parabéns as autoras pelo livro. Mal posso esperar para ler a continuação.

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