segunda-feira, 27 de agosto de 2012

A CULPA É DAS ESTRELAS



Quando terminei de ler este livro, senti um nó na garganta que não descia com água, tampouco com voltas em torno do quarteirão, enquanto observava as estrelas em busca de respostas. Afinal, segundo Jhon Green, a culpa é toda delas. Foi com essa citação de William Shakespeare que este autor fabuloso batizou seu livro.
Hazel Grace e Augustus Waters são duas pessoas iluminadas que deveriam ocupar o topo da lista da felicidade plena neste mundo. Assim mesmo, eles têm câncer. Hazel luta contra um câncer avançado em sua tireóide e Gus (como é chamado pelos amigos) já até perdeu uma de suas pernas na batalha contra o seu maior inimigo. Mesmo assim, eles decidiram que fariam o finito virar infinito e essa é, sem dúvida, a maior beleza deste livro.
O primeiro olhar,  o primeiro beijo, o bilhete deixado por Hazel depois da noite de amor vivida pelo casal, tudo contribui com uma pequena porcentagem para deixar este livro a beira da perfeição, daqueles que você volta a ler depois de alguns meses, com aquele gostinho de inédito.
Chorei um pouco, admito, mas ri também e torci pelos personagens e seus destinos.
Jhon Green é um poeta. E livro, um perfeito poema.

domingo, 19 de agosto de 2012

Vendendo meu peixe!


A resenha abaixo foi escrita por uma amiga e foi publicada em seu blogger CAMINHO DAS BORBOLETAS. É sobre o meu primeiro livro A FINA FLOR DA EMOÇÃO, publicado em 2010 pelo site do clube de autores.


Estou encantada com a construção dos personagens desta história. Helena Cristina (como não gosta de ser chamada) é tão original e atual, que eu custei a entender que se tratava de pura ficção!
Rafael Elarrat escreveu um livro reflexivo, divertido e emocionante. A maneira como o autor delineou os sentimentos de Helena em relação ao alcoolismo de seu pai, me fez sentir uma imensa tristeza, principalmente diante da passividade de sua família, em aceitar todo aquele "caos" em que se transformaram as suas vidas.
Conheci algumas pessoas que tiveram este tipo de problema com seus pais, e, posso afirmar que o autor pesquisou a fundo está questão ao mostrá-la de maneira tão humana e verdadeira. Infelizmente, o dependente não aceita que este vício é uma doença e faz sua família sofrer muito, com problemas financeiros e emocionais, além disso, a família fica de mãos atadas sem conseguir tomar uma atitude coerente, lidando como se nada daquilo existisse, ou, simplesmente aceitando que o alcoolismo invada suas vidas sem se opor, abrindo feridas que não se cicatrizam nunca e rompendo os laços que os une, como o respeito e o amor.
São poucas, as famílias que conseguem se reerguer sem feridas. Helena, é aquele membro da família que não agüenta mais "fingir" que está tudo bem, ou que aceita pacificamente o alcoolismo de seu pai, como o faz sua mãe, que mesmo questionada se ainda o ama, ela afirma que sim, e assiste todos os dias este ser amado se "acabar" aos poucos. Tiago, é a imaturidade em pessoa. Não consegue defender nem a si próprio, muito menos as pessoas mais frágeis que o cercam.
A sorte de Helena, em não entrar em uma depressão é a linda amizade que mantém com Beatriz, que torna a sua vida um pouco mais leve e divertida até a descoberta do seu primeiro amor.
Ganhei este livro de presente e fiquei maravilhada com a narrativa de Rafael, em abordar um tema tão pesado como o vício em mostrar como a família fica desestruturada e como seus filhos sofre com tudo isso, sem ser piegas e comum, mas sim, mostrando exatamente como de fato as coisas acontecem.
O bacana dessa história é que o autor não enfoca somente a parte do alcoolismo, ele narra também, as dúvidas de Helena e Beatriz em relação ao seu futuro profissional e o valor e a importância da amizade.
Talvez, eu tenha sido um pouco extensa em minha resenha ao alongar a parte do alcoolismo, mas é que a maneira como Rafael Elarrat expôs o assunto, trouxe para mim lembranças de pessoas queridas que sofreram muito com este problema.
Estou desesperada pela continuação da história, preciso descobrir urgentemente qual o rumo que a vida de Helena irá seguir, se algum dia ela voltará ao Brasil, se sua família entenderá o que de fato aconteceu e se o tempo e a distância, entre Helena e Luis Filipe, diminuirá o que um sente pelo outro.
"A Fina Flor" conquistou meu coração, o autor me surpreendeu ao escrever uma história que consegue ser divertida, apesar de triste, e sensível com toda a ferocidade da vida.
Super Recomendado!

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

José Mauro de Vasconcelos: um de meus autores favoritos


Eu ainda era criança quando li pela primeira vez um livro de José Mauro de Vasconcelos. Como a maioria, comecei com Meu pé de laranja lima, a obra-prima dele. Não dá pra descrever em palavras o quanto este livro muda a vida de quem o lê com atenção. A vida e os sonhos do pobre Zezé, o "meninozinho que um dia descobriu a dor" nos convida a entrar no desconhecido território do imaginário infantil, tão inexplorado na grande parte dos livros em nossa literatura.
Mas não parei por aí não. Procurei Vamos aquecer o sol, Doidão, Rosinha minha canoa, Rua descalça, Arara Vermelha e outros tão bons ou melhores do que o primeiro.
José Mauro sabe como ninguém usar as palavras. Seus livros são capazes de colocar qualquer leitor para pensar. Refletir sobre a vida e a melhor maneira de aproveitá-la sem sofrimentos. Ele mesmo, que buscou a felicidade até o fim de sua vida, morreu sem ter certeza de onde ela talvez, de fato, estivesse.

Ele consegue fazer até o mais bruto dos homens chorar, tocado profundamente ao perceber que Zezé será infeliz ainda por muito tempo. José Mauro é um escritor único, que infelizmente morreu sem deixar herdeiros. Uma pena...

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Os gringos tem a Terra Média e nós temos MEIGAN


Eu quis que este livro desse início à maratona de resenhas que pretendo postar neste blogger periodicamente porque o considero mais do que especial. E não é só pelo fato de ele ter sido escrito por duas paraenses. CONTOS DE MEIGAN é, de longe, um dos melhores livros que já li.
Fica bastante claro, ao longo da leitura, a paixão das autoras (isso mesmo são duas!) por autores consagrados como TOLKIEN ou mesmo GEORGE RR MARTIN. Meigan é um mundo paralelo ao nome, onde vivem pessoas e seres fantásticos. A capital Katur é invadida por Cártagos logo no início do livro, mesma ocasião em quem Maya – a protagonista do livro – escolhe para voltar para sua casa e se acertar com sua mãe, depois de anos vivendo longe, na terra.
O reecontro não ocorre, porque Lisa – a mãe de Maya – morre assim que a filha chega até ela. Fica para Maya a difícil decisão de assumir o posto de Shyrat, a soberana de Meigan, que governa o lugar. A jovem nunca quis o cargo e por isso mesmo, sua primeira decisão é abdicar dele. Mas é convencida a pensar um pouco mais depois de uma reunião do conselho.
Às voltas com ataques de imaturidade, Maya parte para a Floresta dos Condenados na vã tentativa de encontrar o Cártago que matara sua mãe e se vingar, mas sua inexperiência só a põe em situações ainda mais perigosas. Lá, ela se aproxima do guardião Seth, com quem tem uma relação conturbada o livro inteiro. No mesmo lugar, entra Keyth, um dos personagens mais adoráveis com quem já tive a honra de conviver durante uma leitura. Keyth é um Sábio e, segundo ele, está sendo caçado pelos Cártagos por um motivo que só é revelado quase no fim do livro.
Os três acabam formando um grupo e tanto quando tentam voltar para Katur. Torci desde o início para que tudo desse certo e Maya finalmente aceitasse suceder sua mãe. Mas as coisas caminham a passos lentos em Meigan.
Ainda perdida na vida, Maya perambula sem destino por Meigan e acaba conhecendo uma senhora encantadora, porém muito pobre, que lhe dá abrigo e proteção. É através dela que a garota descobre o quão pode fazer para melhorar a vida do povo mais carente, quando aceitar o cargo de Shyrat. E lá também que ela entrega a adaga que pertenceu a seu pai, a um homem que iria tomar a casa de sua protetora pelo não pagamento dos impostos. Mais tarde, Maya se arrependerá muito disso.
O que mais me impressionou nesse livro foi saber que ele foi de fato escrito por quatro mãos. As autoras Roberta Spindler e Oriana Comessanha têm realmente um dom muito especial. Não paro de imaginar como elas fazem para dar continuidade aos parágrafos ou mesmo às ideias que vão surgindo no decorrer da trama. Trama esta que foi cuidadosamente tecida e amarrada nos mínimos detalhes.
Levei aproximadamente um mês para ler este livro, mas só foi por causa do meu trabalho. Do contrário, um fim de semana bastaria para viajar por MEIGAN e conhecer todos os seus personagens.
As cenas de ação fazem com que a história passe por nossa cabeça ao mesmo tempo em que a leitura prossegue.
Um comentário pessoal (sem spoilers): acho que teremos um caso amoroso bem incomum no próximo livro. As autoras são sinais de que algo pode acontecer (hehe).
Outro ponto, desta vez negativo, mas que diz respeito à editora Dracaena. O livro tem muitas falhas na revisão. Em várias páginas faltam pontos, vírgulas e algumas palavras que poderiam dar sentido às frases. Mas isso não diminui em nada a leitura.
CONTOS DE MEIGAN é o primeiro volume de uma trilogia que promete esquentar o mercado editorial brasileiro. Se dependesse de mim, o livro já estaria sendo disputado por editoras internacionais e até mesmo por alguma produtora de Hollywood. Já pensaram num livrão desses transformado num filme de três horas e meia? Era pouco para a sua grandiosidade.
Parabéns as autoras pelo livro. Mal posso esperar para ler a continuação.